quarta-feira, 13 de abril de 2011

Desabafo: O Brasil e as experiências não vividas


Uma das coisas que mais me deixa irritada, é em relação ao excesso de conhecimento que evitamos procurar. E me parece que quanto maior a polêmica, menos se faz questão de pensar.
A polêmica em questão é sobre o autor do Massacre de Realengo, é comum ver comunidades de redes sociais o chamando de louco, doente, assassino, etc. E recentemente o programa de TV o declarou como sendo um portador de esquizofrenia. E este, é o ponto da minha revolta.
Recuso-me à acreditar que alguém nasce com ‘alma de assassino’ à simples espera de um fator desencadeante. Isso pra mim é ridículo. Prefiro chamar isso de desvio de responsabilidades. Justificamos como doença mental uma paranóia criada por nos. E isso é comum na sociedade em que vivemos, falamos que culpa do governo aquilo que não exigimos, entre outros. O ponto em que quero chegar é que, excluímos por toda a adolescência uma pessoa, negamos o que ela tenha sofrido na infância, causamos traumas, insultamos, humilhamos. O sujeito armazena isso tudo em forma de rancor, ele planeja e explode da forma que ele considera que limpa sua ‘alma’. E ainda temos a cara de pau de chamá-lo de doente. Doente somos todos nós, essa sociedade, seu sistema econômico, os padrões exigidos por nós. Desumana é nossa sociedade. E quando aparece um indivíduo não convencional excluímos e destruímos com eles. Pior de tudo, ficamos chocados e arrasados quando ele devolve.
Não quero que pense que tendo justificar os atos daquele homem, tento apenas explicar, e mais, quero alertar. Por que após este, só pode vir coisa pior por aí. Sei que daqui uma semana (ou menos) ninguém mais irá lembrar-se do acontecido. Não ha como curar as feridas criadas, mas temos nas mãos o poder de evitar o próximo.
O contrário do que possa aparecer, não acredito no homem como um produto dos meios. Mas alguns ‘meios’ não nos da escolhas, e é aí que os extremos ocorrem. Aprender a respeitar o outro como um ser pensante e diferente, passar isso pra nossas crianças é a solução pra todos os problemas de nossa sociedade (das guerras até o consumo de drogas). O ser humano é capaz de tudo, de criar à destruir. Mas enquanto o 'eu' for mais valorizado que o 'nós', não seremos nadas. Só iremos reproduzir e criar dor.
Fica a dica. Leiam mais, comparem as leituras. O ‘como?’ e o ‘onde?’ não é mais importante do que o ‘por que?‘. Ninguém nasce 100% mau ou 100% bom. São densos os fatores que nos levam a ser qualquer coisa.

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