quarta-feira, 31 de agosto de 2011

ESTADO LAICO, QUERO UM PRA VIVER


Domingo passado teve Marcha pelo Estado Laico em São Paulo e Recife, e durante a semana, no Rio. Haverá outras, em Florianópolis (hoje mesmo!), Curitiba (17/9) e Brasília (30/11) — você pode ver aqui o calendáriocom os locais de encontro. Mas é impressionante. Basta divulgar esses protestos no Twitter pra receber mensagens como “falta do que fazer”. Eu acho que todo mundo deveria participar dessas marchas, inclusive as pessoas religiosas. Porque é um Estado Laico que garante a sua liberdade religiosa. E você gosta disso,não é? De ter liberdade pra crer no que quiser, pra se reunir num lugar com outras pessoas e celebrar o seu deus. Pois é. Eu, ateia, fico feliz quevocê tenha liberdade pra isso. Mas também exijo liberdade para não ir ao seu templo ou acreditar no seu deus, ou em deus nenhum. 
Lembro de, no ano em que vivi nos EUA (entre 2007 e 08), ter lido e vistocoisas incríveis. Coisas que felizmente não são tão fortes por aqui, mas estão chegando rápido. Os fundamentalistas cristãos nos EUA representam 25% da população. Se dependesse deles, a maior potência mundial seria uma teocracia.Sério mesmo. Eles não apenas querem manter o direito de discriminar gays e retroceder quase meio século no que se refere às conquistas das mulheres e dos negros, como gostariam de banir ateus e não-cristãos do serviço público. Dessa forma, um professor de escola primária que fosse islâmico, por exemplo, seria posto no olho da rua. Médico ateu trabalhando em hospital público? Nem pensar. Muitos fundamentalistas cristãos gostariam de retornar aos tempos bíblicos. Eles defendem abertamente que um homem que não trabalhe não possa comer. Na realidade, eles são contra o governo — qualquer um. Gostariam de instituir os dez mandamentos e ver o país se transformar num único grande templo. 
Eu tenho um pouco de medo dessa gente. Já foi perigoso o suficiente quando o presidente da nação mais poderosa do planeta disse invadir um outro país porque Deus quis assim. Eu vi os índices de gravidez na adolescência nos EUA subirem, porque Bush acabou com os programas de educação sexual, substituindo-os por aulas de abstinência. Eu acho que todo mundo deveria poder se expressar, mesmo que seja pra expressar preconceitos. Claro que eu preferia que não houvesse preconceitos. Mas, assim como não quero me meter (e nem quero que o governo se meta) nos assuntos religiosos, quero que os religiosos não se metam em assuntos de Estado. É bem simples: se uma religiosa é contra o aborto e ela tiver uma gravidez indesejada, ela deve ter toda a liberdade para não abortar. Se um religioso for gay e tiver certeza que sua orientação sexual o levará ao inferno, ele que tente não ser gay (não fazendo sexo, ou fazendo o esforço supremo de se casar com alguém do sexo oposto). Se um casal religioso quer que seus filhos pratiquem a religião, eles que a ensinem em casa, ou que coloquem a prole numa escola particular que siga aquela religião. Se um religioso tiver uma doença terrível e irrecuperável e for contra a eutanásia, ele que siga vivendo até onde der. Mas é prepotência demais querer que seus valores religiosos sejam os de todas as pessoas de um país. 
Estado e igreja estiveram juntos, inseparavéis, nos piores momentos da humanidade. Não é bom pra ninguém que crenças religiosas se misturem com direitos e deveres da população. E, apesar de acharmos que vivemos num país laico, muitos de nossos direitos são tolhidos por, no fundo, vivermos num país cristão, em que dogmas da igreja católica (e mais recentemente, das evangélicas) se intrometem no nosso dia a dia. Não há outro motivo para que o aborto não seja legalizado senão a interferência religiosa na vida de todas as mulheres, incluindo as ateias, as de outras religiões, e até as católicas que não têm tanto apreço por uma igreja com os mesmos valores de dois mil anos atrás se metendo em suas vidas. Não há outro motivo para que dezenas de direitos dos homossexuais (e somos tod@s iguais de acordo com nossa Constituição) sejam negados. Fundamentalismo religioso — e é isso que acontece quando mistura-se religião e governo — é ruim sempre, independente da religião no poder.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Blogueiras Feministas pela legalização do aborto

No último dia 18, aproveitando a presença de um monte de gente e o sentimento de entusiasmo da Marcha das Margaridas, houve uma plenária em Brasília da Frente Nacional contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto. A iniciativa reúne diversas entidades, como a Marcha Mundial de Mulheres, a CUT, a UNE, a Articulação de Mulheres Brasileiras, PSOL, etc. E agora, as Blogueiras Feministas fazem parte dessa lista: fizemos nossa adesão oficial à Frente. Digo oficial, porque a gente já vem fazendo e difundindo esse debate na lista de emails, no blog, nas redes sociais, etc.
Faixa pela legalização do aborto na Marcha das Margaridas. Foto de Tica Moreno/Flickr da MMM

Durante a reunião, foi divulgado o estudo “Advocacy para o acesso ao aborto legal e seguro: semelhanças no impacto da ilegalidade na saúde das mulheres e nos serviços de saúde em Pernambuco, Bahia, Paraíba, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro”. O trabalho foi desenvolvido pelo Ipas Brasil e pelo Grupo Curumim, em parceria com organizações do estados estudados. E traz dados para entendermos que a criminalização do aborto não é apenas uma forma de criminalizar as mulheres, retirando o direito da mulher ao próprio corpo. É uma forma de criminalizar as mulheres negras e pobres.

O aborto clandestino é um problema principalmente para as mulheres pobres, que têm menos acesso a clínicas e a bons profissionais. Além de ser realizado em condições inseguras, os maus-tratos no atendimento nos serviços de saúde e mesmo o medo de procurá-los torna ainda mais graves as conseqüências de abortamentos, aumentando os riscos de morbidade feminina, da esterilidade e de mortalidade materna.

“O resultado da proibição legal ao aborto é desastroso, pois condena contingentes de mulheres a optar por métodos inseguros para sua realização em condições adversas que representam riscos para a saúde e podem levar a seqüelas físicas e psicológicas”, argumenta o estudo. Dentro disso, os maiores riscos são para as “mulheres pobres, negras, jovens, com baixa escolaridade e com pouco acesso a serviços de saúde de qualidade, tornando-o uma questão de justiça social no Brasil”, continua o texto.

Um exemplo disso vem da Bahia. “Em Salvador, município com 82% de população feminina negra, o abortamento inseguro foi a principal causa de mortalidade materna durante toda a década de 1990, diferentemente das demais capitais brasileiras, cuja primeira causa eram as hipertensões”. No Mato Grosso do Sul, a pesquisa mostrou que a “escassez de ações do Estado e a falta de informações em linguagem acessível para a população indígena sobre questões relacionadas à gestação, contracepção, mortalidade materna e abortamento, possivelmente, coloca as mulheres indígenas no grupo de maior vulnerabilidade em matéria de acesso a políticas de saúde reprodutiva”.



Jesus viveu no Japão


“Quando Jesus tinha 21 anos, ele veio ao Japão para adquirir educação divina por 12 anos. Ele voltou à Judeia aos 33 anos e iniciou sua missão. No entanto, àquela época o povo da Judeia não aceitou os ensinamentos de Cristo. Ao invés, prenderam-no e tentaram crucificá-lo. Seu irmão mais novo, Isukiri, tomou o lugar de Cristo e terminou sua vida na cruz.

Cristo, que escapou da crucificação, teve seus altos e baixos na sua viagem, e retornou ao Japão. Ele se instalou exatamente aqui na chamada Vila Herai, e morreu aos 106 anos de idade.

Neste solo sagrado, há um memorial à direita para o Cristo-deus, e um túmulo à esquerda para o Isukiri-deus.





A descrição acima foi dada por um testemunho de Jesus Cristo”.

Fonte: Humor Ateu

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

CQC - Jornalismo de qualidade em programa de humor

Se a mídia brasileira – tanto a convencional como a moderna – olhasse para o Custe o que Custar, o CQC, programa semanal de humor da TV Bandeirantes, com mais atenção e sem nenhum preconceito descobriria ali um formato que a levaria a escalar um belo degrau de qualidade em jornalismo. Refiro-me ao quadro do CQC chamado “Proteste Já!”. Mais que isso: menciono o fato de esse quadro haver introduzido uma agenda ao jornalismo da TV, algo que poderia ser adotado por mídias de qualquer espécie.

Para quem ainda não viu, o “Proteste Já!” é feito de reportagens sobre problemas que afetam comunidades de diferentes municípios do Brasil. O jornalismo é conduzido por lances do humor escrachado do CQC, o que não lhe tira nem a importância, nem a seriedade. A reportagem mostra bairros que ficaram isolados pela queda de uma ponte que nunca é restaurada no Vale do Paraíba; a morte de pessoas por falta de uma passarela numa rodovia de tráfego intenso na região de Campinas; as frequentes inundações de um córrego na periferia de Mauá, no ABC Paulista etc. Por vezes, entra em cena a criatividade de quem faz o CQC: um chip já foi colocado numa TV doada à prefeitura de uma das cidades da Grande São Paulo para mostrar que o aparelho foi roubado por funcionários municipais.

Um comportamento leniente

O importante do “Proteste Já!” é a agenda. Primeiro, o telespectador acompanha a denúncia. Nos momentos finais, o repórter entrevista o responsável pelo problema e força para que ele se comprometa em resolvê-lo num prazo x. É comum que o repórter peça um objeto qualquer do entrevistado para selar o compromisso de que a solução vai surgir num determinado prazo. O objeto fica com o CQC, que volta ao local ao fim do prazo acordado. Se houve solução efetiva do problema, o objeto é devolvido. Mais importante de tudo: tanto os responsáveis pela solução do problema quanto os telespectadores ficam sabendo que o CQC vai voltar lá para conferir se o assunto foi ou não equacionado.

A falta de uma agenda adotada dentro dos rigores concebidos no “Proteste Já!” tem levado a mídia, de modo geral, a cair com frequência no que pode ser chamado de “denuncismo”, ou seja, na denúncia pela denúncia, em algo leniente e onde a força institucional da mídia, sua capacidade transformadora e geradora de benefícios para a sociedade é jogada fora, pela janela. Páginas de jornais e revistas e programas jornalísticos do rádio e da TV estão entupidos de denúncias das mazelas de um país desleixado, mas a mídia não produz avanços. Denuncia, denuncia, denuncia, mas não volta ao tema nunca mais. Esquece das próprias denúncias que fez com extrema facilidade.

O pior nessa história é que quem sofre a denúncia, quem teria obrigação de resolver certos problemas que representam verdadeiras ignomínias contra a sociedade, já conhece o comportamento leniente da mídia. Sabe que basta suportar com burla ou estoicismo a primeira denúncia para ver a pressão desaparecer como orvalho ao sol da manhã. Sabe, portanto, que a mídia nunca mais voltará ao tema e deixará com certeza no abandono todas as pessoas que ela tentou proteger com seu jornalismo de má qualidade.

Ganhos de imagem e credibilidade

Não veria nenhum exagero – muito ao contrário, veria como um sinônimo de qualidade em jornalismo – se o mesmo tipo de agenda, de foco específico para determinados assuntos, fosse introduzido em toda a mídia brasileira. Uma agenda para os casos de corrupção; voltar a eles com frequência para saber se houve progresso na punição de corruptos e corruptores. Uma agenda para os criminosos do trânsito; voltar de tempos em tempos a esses casos escatológicos – o do assassinato do filho da atriz no Rio de Janeiro, o do assassino do Porsche, o da assassina do Land Rover – monitorá-los, acompanhá-los ao longo do tempo. A frequência desses crimes com certeza seria bastante reduzida se os criminosos percebessem que iriam sofrer a vigilância perene da mídia. Também os responsáveis pela punição aos culpados procurariam agir com mais celeridade e rigor.

Não é necessário que esse monitoramento passe a exigir novas e amplas reportagens. Basta um registro frequente, numa coluna apropriada, apenas para demonstrar ao público e aos criminosos que a mídia está atenta e vigilante. Se imitasse o CQC, a mídia teria ganhos fortes de imagem e de credibilidade, pois conseguiria usar com muito maior eficácia o seu poder transformador.

Sinta-se bem sem matar ninguém


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Sim, sou feminista!

Esse texto da Ateia de Bom Humor descreve muito bem o que eu já senti. Por muito tempo não me afirmei como feminista por muitos dos motivos descritos abaixo e, também por um questão da etimologia da palavra. Mas minha conciência pós-beauver me fez ver o feminismo como mais que uma questão de tentar ser um homem mas poder ser o que quiser (inclusive um dona de casa). Outra coisa bem relatado, é o fato de total incoerencia de alguns ateus e ateias que justificam o comportamento feminino da mesma forma que muito conservadores.


Tem coisas que nos parecem tão óbvias que dispensariam comentários, mas de vez em quando percebo que para outras pessoas não é tão óbvio assim. Por isso resolvi abordar o assunto, para não haver dúvidas.

É comum que mulheres independentes tenham medo de se manifestar publicamente sobre o assunto, porque a palavra feminismo no Brasil me parece bastante mal compreendida. E a imagem que se tem de uma mulher feminista é extremamente distorcida.

Historicamente falando, as conquistas das mulheres por igualdade é muito recente. O direito de voto (Sufrágio Feminino – Wikipédia) foi conquistado pela primeira vez em 1893, na Nova Zelândia, ou seja há menos de 120 anos. No Brasil só foi efetivamente conquistado em 1932, menos de 80 anos atrás. Até 1962 (menos de 50 anos), pela lei brasileira, uma mulher casada só podia trabalhar fora com a autorização por escrito do marido. Só em 1988 (há 23 anos) é que o homem deixou de ser considerado o “cabeça do casal” (ver esse link para mais detalhes). Lembro muito bem do tempo em que uma mulher precisava da autorização do pai dos seus filhos para poder viajar com eles, mas o inverso não era necessário (sic!).

Estou apontando estes fatos para rebater um argumento frequente, o de que hoje as mulheres não podem mais se queixar de “desigualdade”. Não é bem assim. Um condicionamento milenar não acaba em uma ou duas gerações. A mentalidade ainda permanece, tanto entre os homens como entre as próprias mulheres.

Uma pergunta comum é porque há poucas mulheres no ateismo, por exemplo. Uma das explicações é que socialmente ainda é mal visto quando uma mulher bate pé por suas opiniões e posicionamentos. Espera-se que a mulher ceda, seja diplomática, não confronte. Ser afirmativa e sustentar as suas opiniões é considerado “não-feminino” muitas vezes, até mesmo em ambientes ateistas.

Ser tachada de feminista no Brasil muitas vezes equivale a ser vista como pouco feminina, raivosa, uma mulher que odeia homens, etc. Por isso acredito que muitas mulheres independentes financeiramente não se assumem como tais.

Falando de mim mesma, eu não odeio homens, muito pelo contrário. Sou casada há muito tempo e acho muito bom. E conheço vários homens que não são machistas. O feminismo não é uma guerra contra os homens; na verdade muitas vezes beneficia os homens, tirando deles algumas cargas. Por exemplo, meu marido se aposentou, e todos sabem que o valor das aposentadorias vai diminuindo gradativamente. Nos antigos moldes, ele teria que continuar trabalhando para manter a renda familiar num certo patamar. No nosso caso, eu continuei trabalhando com aulas particulares de inglês e sueco, complementando assim a nossa renda; em troca ele assumiu a cozinha, até porque os meus horários dificultam que eu cuide dessa parte. Querendo saber mais sobre nós, leiam este post.

Para mim, feminismo é isso, uma relação em pé de igualdade em que há respeito e admiração de ambas as partes. Suponho que alguns/algumas vão discordar de mim, mas é assim que eu vejo a questão.


Pense Sorrindo [33]




Nós sempre ouvimos sobre as muitas coisas surpreendentes que Jesus de Nazaré, aparentemente, fez, mas ninguém se pergunta sobre as coisas que Jesus supostamente poderia ter feito, sendo onipotente; porém, ou não se preocupou em fazer ou não acho que fossem tão importantes. Você sabe, coisas assim ... redução da miséria e sofrimento humano ... esse tipo de coisa.


Maiores informações sobre as fontes inspiradoras estão na própria descrição do video original.

Fonte: YouTube

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Momento Concernente [10]

Não parece o 'Pai Nosso'

Grosso modo: orgulho heterossexual é coisa de fascista!

Em sociedades heteronormativas, me parece absurdo festejar o statu quo, decaindo vergonhosamente na celebração da homofobia vigente

A Câmara Municipal de São Paulo, nessa última terça-feira, aprovou o projeto de lei 294/2005 defendido pelo governador Carlos Apolinário (DEM) que institui o “dia do orgulho heterossexual”. Tenho algumas linhas a dizer sobre isso:

Em sociedades heteronormativas, me parece absurdo festejar o statu quo, decaindo vergonhosamente na celebração da homofobia vigente. O mundo é atravessado por relações desiguais de poder, e o sentido da alteridade, que está na base da distribuição díspar de poderes, é construído social e historicamente. O fato de haver uma vontade de igualdade, por si só, não faz com que as barreiras de exclusão desapareçam. Seria preciso derrubá-las.

Lamentavelmente, quem mais se incomoda com a ideia de “minorias” são aqueles que sustentam e reforçam os preconceitos que colocam à margem da sociabilidade certos grupos sociais, com base em diversos critérios de exclusão , como classe, raça, credo, etnia, gênero e orientação sexual. O termo “minoria” não pode ser medido numericamente, mas pelo grau de exclusão. Não está satisfeito com o termo “minoria”? Invente um melhor. Por falta de palavras, fico com aquelas que estão aí. Ressignifico, retiro essa aura de um certo humanismo hipócrita que coloca tudo no mesmo balaio de gato. Não por acaso.

Entre os grupos favoráveis a um “orgulho branco” se figuram os Ku Klux Klan, os nazi-fascistas, os eugenistas, entre outros algozes que mandaram negros para a fogueira e campos de concentração. Desde a abolição da escravatura em 1888, ainda não resolvemos a questão racial no Brasil: os negros permanecem na base da pirâmide social e encontram barreiras quase intransponíveis à ascensão social. O machismo vigente ainda deixa em evidência os limites dessa ideia de Brasil-potência, como pivô da América Latina, onde se elege uma presidente mulher, mas os índices continuam escandalizando a opinião pública pela violência doméstica. Indígenas continuam a ser massacrados desde o Brasil colônia. Por fim, a pesar do recrudescimento de crimes homófobos na metrópole paulistana, nossos vereadores ainda têm a cara-de-pau de promover um dia de festa para comemorar a exclusão. E assim se proliferam os ovos da serpente, dando luz a novos e a velhos fascismos.

sábado, 6 de agosto de 2011

Momento Concernente [9]

Pense Sorrindo [32]

A Regra de Ouro

Os cristãos(salvo exceções), tão cheios de si em sua fé e vazios em conteúdo, acham que Jesus criou mais coisas que os chineses. Ledo engano, caros. A Regra de Ouro está presente em muitas religiões. Isso dá uma pequena prova de que moral e ética não são produtos cristãos, mas do entendimento entre os próprios seres humanos dentro de seus grupos.

Regras de Ouro das Religiões

Cristianismo:
- “O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles.”
Lucas 6:31

Budismo:
- “Não firas os outros de um modo que não gostarias de ser ferido.”
Udanda-Varqa 5:18

- “De cinco maneiras um verdadeiro líder deve tratar seus amigos e dependentes: com generosidade, cortesia, benevolência, dando o que deles espera receber e sendo tão fiel quanto à sua própria palavra.”

Zoroastrismo:
- “Aquela natureza só é boa quando não faz ao outro aquilo que não é bom para ela própria.”
Dadistan-i Dinik 94:5

Judaísmo:
- “O que te é odioso, não faças ao teu semelhante. Esta é toda a Lei, o resto é comentário.”
Talmude, Shabbat 31ª

Hinduísmo:
- “Esta é a soma de toda a verdadeira virtude: trate os outros tal como gostarias que eles te tratassem. Não faças ao teu próximo o que não gostarias que ele depois fizesse a ti.”
Mahabharata

Islamismo:
- “Nenhum de vós é um crente até que deseje a seu irmão aquilo que deseja para si mesmo.”
Sunnah

Taoísmo:
- O homem superior “deve apiedar-se das tendências malignas dos outros; olhar os ganhos deles como se fossem seus próprios, e suas perdas do mesmo modo.”
Thai-Shang

Confucionismo:
- “Eis por certo a máxima da bondade: Não faças aos outros o que não queres que façam a ti.”
Analectos XV,23

Fé Bahá’í:
- “Não desejar para os outros o que não deseja para si próprio, nem prometer aquilo que não pode cumprir.”
Gleenings

Sikhismo:
- “Julga aos outros como a ti mesmo julgas. Então participarás do Céu.”

Jainismo:
- “Na felicidade e na infelicidade, na alegria e na dor, precisamos olhar todas as criaturas assim como olhamos a nós mesmos.”

Fonte: Humor Ateu

Pena a maioria dos seguidores da maioria das religiões citadas não seguir sua própri regra dourada.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Momento Concernente [5]

Vadia, eu?

Viviane Favery, 25 anos, publicitária.
Adora minissaias e calças justas, 
mas não usa com frequência porque não 
gosta de ser encarada nas ruas. 
“Acho invasivo aquele olhar de 
cão faminto que os homens dirigem a você”
Quando trabalhou como promotora num evento em São Paulo, a jornalista Simone Grazielle, 30 anos, chegou a ouvir mais de uma vez, de mais de um homem: “Quanto você cobra?”. Vestia short e bota e tinha caprichado na maquiagem. Ela, no entanto, não ficou chocada – como usa frequentemente roupa curta e decote, inclusive na produtora onde trabalha, está acostumada a esse tipo de abordagem. “Se a mulher é muito exuberante, os homens acham que ela é puta”, resume Simone.

Assim como ela, outras mulheres que não se vestem de maneira sensual com o intuito de atrair a atenção da ala masculina – e sim porque gostam – têm de escutar cantadas desrespeitosas e acabam sendo rotuladas, entre outros insultos, de “vaca” e “vadia”. Em casos extremos, são agredidas fisicamente e vítimas de abuso sexual . A justificativa para muitos dos casos de violência física ou moral continua sendo a de que a mulher não deveria sair por aí exibindo o corpo. Ou seja: a culpa é dela.

E esse assunto, que parece bobo (mas não é) acaba de entrar na ordem do dia. Mulheres do mundo inteiro se rebelaram contra as agressões morais e físicas e organizaram a Marcha das Vadias (ou Slut Walk) em dezenas de cidades, como São Paulo, Nova York e Londres. Nessas passeatas, saíram às ruas com roupas provocantes e carregando cartazes com frases como: “Eu me visto para mim, não para você”.

Mas, enquanto as coisas não mudam, a solução encontrada por Simone para se esquivar das perguntas constrangedoras foi investir em respostas bem-humoradas, como “o estilo Bruna Surfistinha está na moda”. Em outra ocasião, estava na sala VIP de um aeroporto e ouviu de duas senhoras que era inadmissível “uma dama de companhia ocupar o mesmo espaço que elas”. Simone explicou educadamente que se sentia bonita daquele jeito e alfinetou: “Se fosse uma dama de companhia não precisaria trabalhar tanto como jornalista”.

Cão faminto

Nem todas conseguem reagir como Simone. A publicitária Viviane Favery, 25 anos, evita usar minissaia porque não gosta de ser abordada o tempo todo. “Acho invasivo aquele olhar de cão faminto que os homens dirigem a você. Não sou uma amostra grátis”, discursa. Ela diz que usaria mais calças justas e minissaias se não tivesse de lidar exaustivamente com olhares gulosos, mas garante não ligar para julgamentos morais. “O olhar é problema meu porque me traz desconforto imediato. Mas o julgamento, bom, é problema de quem julga.”

Foi quando usava uma saia que a produtora cultural Paula Chang, 26 anos, sofreu um assédio sexual e uma agressão física no metrô de Paris. Saindo de um bar, ela desceu até uma estação com amigos e cada um seguiu seu caminho. Nessa hora, um homem se aproximou e enfiou a mão por dentro de sua saia. Ela o empurrou e ele reagiu com um soco. No dia seguinte, Paula deu queixa na polícia parisiense e meses depois foi chamada para prestar depoimento.

Chegou a assistir ao vídeo que registrava o momento do assédio e olhou fotos do suposto agressor, mas não o reconheceu. “Fiquei um bom tempo traumatizada, com medo de sair às ruas. Aos pouquinhos fui me recuperando”, conta.

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