quinta-feira, 30 de junho de 2011

Bicicleta: alternativa em transporte

(ciclovia em Bogotá)

Bogotá é uma cidade vibrante que implantou alguns projetos revolucionários em nível mundial. A capital colombiana não chega a ser uma cidade moderna ou imponente. Quando comparada a outros centros urbanos da América Latina, perde em charme para Buenos Aires (Argentina), em organização para Santiago (Chile) e em beleza para Quito (Equador). Mas não se deixe enganar. Bogotá é uma metrópole interessantíssima.
Em Bogotá há alguns projetos que merecem ser melhor estudados pelo Brasil. Entre eles, destaca-se as ciclorrutas (ciclovias).


Ciclorrutas Bogotanas é um projeto que está em curso desde 1976 e visa incentivar os cidadãos da capital andina a se moverem em bicicletas. Faz sentido. Bogotá é cercada em três lados por altas escarpas, mas assenta-se no fundo de um grande anfiteatro que se caracteriza por sua topografia sem grandes desníveis de altitude. Inicialmente, as ciclovias materializaram-se com o fechamento ao trânsito automotor todos os sábados, domingos e feriados em cerca de 120 quilômetros de ruas e avenidas. Aos poucos, esse incentivo semanal foi criando uma cultura ciclística na cidade e acabou por criar uma demanda para que houvesse ciclovias também nos dias úteis. Para atender à pressão popular, desde 1998 o poder público investiu o equivalente a cerca de 130 milhões de reais em projetos e obras de execução de outros 120 quilômetros de ciclovias. Hoje, dados oficiais estimam que 83 mil bogotanos transitam diariamente nas ciclovias urbanas.


No Brasil, há cidades que bem poderiam se inspirar no modelo bogotano e avançar. Recentemente, em viagem pelo Nordeste, pude testemunhar algumas iniciativas alentadoras, como as de Aracaju (Sergipe), onde vi ciclovias repletas de pessoas indo e vindo sobre duas rodas com roupas de trabalho; e em Salvador (Bahia), que está completando um grande corredor cicloviário na orla entre o Rio Vermelho e Itapoã, com direito à ligação por ciclovia até a Paralela, através do Parque do Pituaçu, vigiado por policiais militares devidamente montados em suas bicicletas.
Brasília, plana, cheia de espaços que possibilitariam a construção de ciclovias sem interferência no tráfego de automóveis e com centros laborais e de estudo espacialmente concentrados, é uma cidade que tem tudo para ser o paraíso da locomoção em duas rodas. Uma ciclovia correndo o Eixão, de ponta a ponta, ligada por um ramal à Esplanada dos Ministérios, poderia ser um grande catalizador do uso do transporte alternativo. Analogamente, as entrequadras poderiam albergar rotas cicloviárias. Falta apenas vontade política!

Fonte: EcoBlog

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